China avalia restringir a exibição de filmes de Hollywood após novas tarifas dos EUA
- Douglas Faccenda
- 8 de abr.
- 2 min de leitura

Medida seria resposta direta à política tarifária imposta pelo governo Trump e pode impactar bilhões na indústria cinematográfica americana
A relação comercial entre China e Estados Unidos voltou a estremecer após o governo norte-americano, liderado por Donald Trump, anunciar uma nova política de tarifas contra produtos chineses. Em resposta, o governo chinês estuda uma medida drástica: suspender ou limitar a exibição de filmes de Hollywood em seu território. A decisão, se concretizada, pode representar um duro golpe para a indústria cinematográfica dos EUA, que tem na China um de seus mercados mais lucrativos.
A proposta ainda está sendo avaliada por órgãos reguladores chineses, mas fontes internas indicam que o bloqueio parcial ou total de produções hollywoodianas está sendo considerado como forma de retaliação econômica. A nova política tarifária anunciada por Trump prevê sobretaxas agressivas em setores estratégicos da economia chinesa, o que elevou a tensão entre as duas potências globais e reacendeu os temores de uma guerra comercial.
A China é atualmente o segundo maior mercado de cinema do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Filmes como Velozes e Furiosos, Avatar: O Caminho da Água e Vingadores: Ultimato arrecadaram centenas de milhões de dólares no país asiático, muitas vezes superando as bilheteiras domésticas americanas. Caso o banimento se concretize, estúdios como Disney, Universal, Warner Bros. e Paramount podem ver seus lucros despencarem drasticamente.
Além da perda financeira imediata, o possível bloqueio também afeta a estratégia de marketing global das grandes produções. Estúdios já investem pesado para adaptar seus conteúdos ao público chinês, incluindo cenas exclusivas, elencos locais e campanhas específicas. Com a ameaça do banimento, essa aproximação pode ser interrompida e comprometer futuros investimentos no país.
Especialistas alertam que a medida pode ter efeitos colaterais duradouros. “Se a China fechar as portas para Hollywood, isso não apenas afetará as bilheteiras, mas também influenciará decisões de produção, parcerias e até roteiros pensados para o mercado internacional”, afirma Rachel Lin, analista de mercado cinematográfico asiático.
Até o momento, o governo chinês não anunciou oficialmente a proibição, mas a tensão é evidente. O Ministério do Comércio da China declarou que “todas as opções estão sobre a mesa” e que o país tomará “medidas firmes para proteger seus interesses”.
Hollywood, por sua vez, acompanha a situação com cautela. Executivos de estúdios já demonstraram preocupação e buscam negociações por meio de diplomacia cultural. Caso as relações comerciais continuem se deteriorando, o setor de entretenimento pode se tornar um dos primeiros e mais visíveis campos de batalha entre as duas potências.
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